quinta-feira, 18 de junho de 2009

Mostra de cinema constrói no tempo e no espaço o Filme de São Bernardo.

O filme São Bernardo de (1972), é baseado no romance de Graciliano Ramos com trilha sonora de Caetano Veloso. O filme acompanha a trajetória de Paulo Honório, um modesto caixeiro-viajante que enriquece, valendo-se de métodos violentos, compra a fazenda S. Bernardo e contrata casamento com Madalena, a esclarecida professora da cidade. O conflito se estabelece quando Madalena não aceita ser tratada como propriedade. Com atuações marcantes de Othon Bastos e Isabel Ribeiro, o filme, que estreou em 1972, tornou-se um clássico do cinema brasileiro. Dirigido por Leon Hirszman uns dos maiores cineastas. Na Mostra de cinema da faculdade Estácio de Sá, foram uns dos filmes mais comentados pelos alunos, principalmente pela sua construção. O Crítico de Cinema, Marcelo Miranda, foi o comentarista do filme, e teve a capacidade de mostrar a riqueza dos relatos do filme, assim como mostrar o que acontecia nas cenas que normalmente as pessoas não percebem, encadeando o debate de uma maneira que as pessoas não imaginariam, libertando, com isso a possibilidade do público, de ver o filme com outro olhar. Segundo o Crítico a lentidão do filme foi à maneira encontrada pelo diretor para transpor à linguagem cinematográfica a aridez da prosa de Graciliano. De acordo com o crítico a câmera de Leon Hirszman não adaptava a linguagem de Graciliano Ramos, ela buscava captar a experiência temporal de Paulo Honório contando sua própria história – Paulo Honório religando, reconstruindo, res-significando sua vida. Os movimentos da câmera estão apostos às inflexões da voz do personagem-narrador; ambos os tempos o das imagens e o da voz de Paulo Honório – se sobrepõem, sugerindo modalidades possíveis de ser ligar, continuar, mediar, criar outra temporalidade possíveis das senas. “A câmera é continuamente estática, lenta, demorada. Longos planos, poucos cortes, cenas à distância, raros closes. Súbito, velozmente, a câmera corre atrás de Paulo Honório, anunciando o momento decisivo”. E diz que Dentre todas as outras, é a única cena de movimentos, bruscos e velocidade acelerada no filme “A partir desse momento, entende por que Paulo Honório precisa contar sua história”. Marcelo conclui que neste filme o diretor Leon Hirszman nos da à lição de como transformar limitações orçamentárias em cinema.


Nenhum comentário:

Postar um comentário